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A educação e a gramática

 

Fabrício Henriques Miguez Dias, Graduado em letras pela PUC Minas e aluno do 3º período de jornalismo no UNI-BH

Estado de Minas, 18/12/2007 - Belo Horizonte MG 

 

 

Segundo Brahma Kumaris, “qualquer pessoa pode aprender a ser um bom orador, mas quantos vivem de uma maneira que outros possam aprender? Hoje, as pessoas estão cansadas de ouvir discursos. Elas querem ver a aplicação prática do sentido das palavras. Se não agirmos de acordo com o que falamos, o objetivo não será alcançado. A mensagem perde o poder quando não espelha o comportamento do orador. É a coerência entre as palavras e as ações que torna alguém uma fonte de inspiração”. Depois dessa breve introdução, gostaria de registrar meu discurso intitulado “A educação e a gramática: um estudo do caso”. O papel do professor, independentemente de sua área de atuação, tem se mostrado diferente ao longo dos anos. Há um hiato entre dois pontos: ser detentor de conhecimento e transferidor dos saberes, e ser intermediário fundamental no processo de produção do conhecimento. É um trema muito complexo, de discursos diretos e indiretos com muitas vírgulas, mas tentarei discorrer algumas palavras sobre esse ponto de interrogação. Nossos alunos estão cada vez mais plurais e interrogativos. Se, por um lado, alguns entram em profunda próclise, achando tudo um verdadeiro pleonasmo, outros curtem a vida com muito advérbio de intensidade. Metáforas à parte, procuram o sentido figurado da vida, mesmo com seus vícios de linguagem. Mas eles não são mais como algumas classes de palavras: invariáveis e inflexíveis. Muito pelo contrário. São até muito clíticos em suas colocações. Alguns, defectivos; outros, abundantes. Estabelecer um grau comparativo entre eles ou até mesmo fazer uma divisão silábica é muito complicado. Entre combinações e contrações, estão sempre em primeira pessoa do singular. Variam de acordo com o tempo, modo, aspectos e vozes. Temos que fazer a concordância ora com um só sujeito, ora com mais de um sujeito. E, às vezes, ainda há casos particulares. Um ou outro tem gênero difícil. Na morfologia da vida, muitos deles vivem entre aspas; outros, caindo em travessão. Foi-se o tempo em que a relação professor/aluno era regida por um período composto por subordinação. Atualmente, devemos ser verbos de ligação entre o aluno e o objeto direto de estudo. É preciso promover encontros intra e interverbais, fazendo com que eles criem um ambiente tônico, tornando-se substantivos concretos e coletivos. Subjuntivo a isso, a nossa intenção é que formemos pronomes reflexivos, para que alunos monossilábicos e sujeitos indeterminados deixem de ser meramente verbos auxiliares e agentes da passiva, e se tornem autônomos, com voz ativa, versos livres de rimas perfeitas até o infinitivo. Se conseguíssemos isso, seria para nós um pretérito mais-que-perfeito. Eis o valor sintático da nossa missão. Mas é crase que em toda área de atuação existem profissionais mal preposicionados. São numerais ordinários, intransitivos, que atuam de modo imperativo negativo. Alguns são até epicenos e ortográficos. Deixando de lado as reticências e sem abrir nenhum parêntese, prefixo ser um ditongo crescente na minha profissão a ser um substantivo comum, radical, de derivação imprópria e sílabas fechadas. Faço aqui um vocativo: que professores-vogais e alunos-consoantes conjuguem sempre o mesmo verbo, em um mesmo tempo, em um mesmo modo. Que sejamos adjuntos e complementos uns dos outros. E a oração conclusiva disso tudo? Que possamos criar uma história com particípio, meio e fim. E ponto final.

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